ARTE
EGÍPCIA
A arte
do antigo Egito servia a fins políticos e religiosos. Sendo o Faraó a união dos
dois poderes ele é a figura central das representações artísticas daquele
período. O Faraó era considerado um Deus na Terra. O Faraó aparece em cenas de
batalha para mostrar seu lado humano heróico e em contato com diversos deuses
da mitologia egípcia para mostrar sua divindade. Os egípcios tinham grande
preocupação com a vida após a morte e o Faraó era uma figura que representava
uma ponte entre a vida terrena e a vida eterna.
Como um deus o faraó era um ser imortal e todos
seus familiares e altos representantes da sociedade tinham
o privilégio de poder também ter acesso à outra vida. Por isso, os túmulos são
os marcos mais representativos da arte egípcia, lá eram depositados as múmias que posteriormente receberiam o ka
(alma) para voltar a viver e todos os bens físicos do cotidiano que lhes
eram necessários à existência após a morte, inclusive comida.
Além do Faraó e outros deuses a arte egípcia representava
cenas do cotidiano onde a hierarquia é caracterizada pela diferença no tamanho
das figuras. Cargos mais importantes, figuras maiores. Cargos inferiores,
figuras menores. Assim,
o Faraó será sempre a maior figura numa representação e a que possui estátuas e
espaços arquitetônicos
monumentais.
Reforça-se assim o sentido simbólico, em que não é a noção de perspectiva (dos
diferentes níveis de profundidade física), mas o poder e a importância que
determinam a dimensão.
As cores
A arte egípcia, à semelhança da arte grega, apreciava muito
as cores. As estátuas, o interior dos templos e dos túmulos eram profusamente
coloridos. Porém, a passagem do tempo fez com que se perdessem as cores
originais que cobriam as superfícies dos objetos e das estruturas.
As cores não cumpriam apenas a sua função primária
decorativa, mas encontravam-se carregadas de simbolismo, que se descreve de
seguida:
§
Preto: Estava associado à noite e à morte, mas também poderia
representar a fertilidade e a regeneração. Na arte o preto era utilizado nas
sobrancelhas, perucas, olhos e bocas.
§
Branco: A cor da pureza e da verdade. Como
tal era utilizado artisticamente nas vestes dos sacerdotes e nos objetos
rituais. As casas, as flores e os templos eram também pintados a branco.
§
Vermelho : Por um lado representava a energia, o
poder e a sexualidade, por outro lado estava associado ao maléfico deus Set,
cujos olhos e cabelo eram pintados a vermelho, bem como ao deserto, local que
os Egípcios evitavam. Era em vermelho que se pintava a pele dos homens.
§
Amarelo : Dado que o sol e o ouro eram amarelos, os Egípcios
associaram esta cor à eternidade. As estátuas dos deuses eram feitas a ouro,
assim como os objetos funerários do faraó, como as máscaras.
§
Verde : Simboliza a regeneração e a vida; a pele do deus Osíris poderia ser também pintada a verde.
Embora seja uma arte estilizada é também uma arte de atenção
ao pormenor, de detalhe realista,
que tenta apresentar o aspecto mais revelador de determinada entidade, embora
com restritos ângulos de visão.
O corpo humano,
especialmente o de figuras importantes, é representado utilizando dois pontos
de vista, os que oferecem maior informação e favorecem a dignidade da
personagem: os olhos, ombros e peito representam-se vistos de frente; a cabeça e as pernas representam-se vistos de lado. Essa maneira de representar a figura humana é denominada "Lei da Frontalidade".
Os artistas egípcios não assinavam suas criações e por isso
permaneceram anônimos. Uma razão para isso é que os trabalhos não eram
individuais, mas executados em grupo, em oficinas coletivas, onde trabalhavam
diferentes mestres: escultores, pintores, carpinteiros e mesmo embalsamadores.
Nestes locais trabalhava-se em série e os trabalhos saiam em série.
O artista egípcio era visto como um indivíduo com uma tarefa
divina importante. Mesmo que sendo apenas um “executor” de tarefas, o artista
precisava ter um contato com o mundo divino para poder receber a sua força
criadora. Sem isso não seria possível tornar visível o conteúdo espiritual
da obra de arte. O próprio termo para designar este executor, s-ankh, significa “aquele que dá vida”. O artista egípcio, mesmo anônimo, era respeitado
como aquele que tornava possível ver o invisível, aquele que materializava o
espiritual.
O único artista, se assim o podemos chamar, de quem se conhece o nome é Imhotep, o
arquiteto/médico/sumo-sacerdote/embalsamador idealizador das Pirâmides, que
pelo seu feito recebeu honrarias e foi elevado à categoria de deus.
O desenvolvimento da
escrita veio seguido pela produção de uma rica produção literária capaz de
abranger desde os temas cotidianos, indo até a explicação de mitos e rituais
sagrados. Entre os livros de natureza religiosa e moral, destacamos o “Livro
dos Mortos” e o “Texto das Pirâmides”, respectivamente. Em paralelo, também
havia produções textuais mais leves e jocosas, como no caso do livro “A sátira
das profissões”, escrito que critica os incômodos existentes em cada tipo de
trabalho.
Para a manutenção de um vasto império como foi o Egito, a escrita acabou sendo tarefa exclusiva de uma privilegiada parcela da população. Os escribas eram os únicos que dominavam a leitura e a escrita dos hieróglifos. Sua formação acontecia em uma escola palaciana onde os mais bem preparados obtinham cargos de fundamental importância para o Estado. Entre outras funções, um escriba poderia contabilizar os impostos, contar os servos do reino, fiscalizar as ações públicas e avaliar o valor das propriedades.
Em troca dos serviços prestados, um escriba recebia diferentes tipos de compensação material. É importante lembrar que o dinheiro ainda não havia sido inventado naquela época e, com isso, o trabalho de um escriba acabava sendo pago por meio de vários alimentos, como frutas, pão, trigo, carne, gordura, sal ou a prestação de um outro serviçoem troca. Formando
uma classe intermediária, os escribas tinham posição de destaque junto ao
Estado e o restante da sociedade.
Para a manutenção de um vasto império como foi o Egito, a escrita acabou sendo tarefa exclusiva de uma privilegiada parcela da população. Os escribas eram os únicos que dominavam a leitura e a escrita dos hieróglifos. Sua formação acontecia em uma escola palaciana onde os mais bem preparados obtinham cargos de fundamental importância para o Estado. Entre outras funções, um escriba poderia contabilizar os impostos, contar os servos do reino, fiscalizar as ações públicas e avaliar o valor das propriedades.
Em troca dos serviços prestados, um escriba recebia diferentes tipos de compensação material. É importante lembrar que o dinheiro ainda não havia sido inventado naquela época e, com isso, o trabalho de um escriba acabava sendo pago por meio de vários alimentos, como frutas, pão, trigo, carne, gordura, sal ou a prestação de um outro serviço
Quando Napoleão
invadiu o Egito levou vários objetos para a França, entre eles uma lápide que
ficou conhecida como “Pedra de Roseta” (por ter sido encontrada em Roseta). Na
Pedra de Roseta foram encontradas
inscrições em grego, hieroglífico e demótico. Somente em 1821, graças aos
esforços do jovem pesquisador Jean François Champollion, a palavra “Ptolomeu”
foi por ele traduzida desse documento escrito. A partir daquela pequena
descoberta, foi possível realizar a leitura de uma variedade de outros
documentos que explicam importantes traços desta civilização.
Escrita: extraído do artigo de Rainer Sousa,
Graduado em História, equipe Brasil Escola
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