quarta-feira, 13 de junho de 2012


ARTE EGÍPCIA
A arte do antigo Egito servia a fins políticos e religiosos. Sendo o Faraó a união dos dois poderes ele é a figura central das representações artísticas daquele período. O Faraó era considerado um Deus na Terra. O Faraó aparece em cenas de batalha para mostrar seu lado humano heróico e em contato com diversos deuses da mitologia egípcia para mostrar sua divindade. Os egípcios tinham grande preocupação com a vida após a morte e o Faraó era uma figura que representava uma ponte entre a vida terrena e a vida eterna.
Como um deus o faraó era um ser imortal e todos seus familiares e altos representantes da sociedade tinham o privilégio de poder também ter acesso à outra vida. Por isso, os túmulos são os marcos mais representativos da arte egípcia, lá eram depositados as múmias que posteriormente receberiam o ka (alma) para voltar a viver e todos os bens físicos do cotidiano que lhes eram necessários à existência após a morte, inclusive comida.
Além do Faraó e outros deuses a arte egípcia representava cenas do cotidiano onde a hierarquia é caracterizada pela diferença no tamanho das figuras. Cargos mais importantes, figuras maiores. Cargos inferiores, figuras menores. Assim, o Faraó será sempre a maior figura numa representação e a que possui estátuas e espaços arquitetônicos monumentais. Reforça-se assim o sentido simbólico, em que não é a noção de perspectiva (dos diferentes níveis de profundidade física), mas o poder e a importância que determinam a dimensão.

As cores

A arte egípcia, à semelhança da arte grega, apreciava muito as cores. As estátuas, o interior dos templos e dos túmulos eram profusamente coloridos. Porém, a passagem do tempo fez com que se perdessem as cores originais que cobriam as superfícies dos objetos e das estruturas.
As cores não cumpriam apenas a sua função primária decorativa, mas encontravam-se carregadas de simbolismo, que se descreve de seguida:
§                    Preto: Estava associado à noite e à morte, mas também poderia representar a fertilidade e a regeneração. Na arte o preto era utilizado nas sobrancelhas, perucas, olhos e bocas.
§                    Branco: A cor da pureza e da verdade. Como tal era utilizado artisticamente nas vestes dos sacerdotes e nos objetos rituais. As casas, as flores e os templos eram também pintados a branco.
§                    Vermelho : Por um lado representava a energia, o poder e a sexualidade, por outro lado estava associado ao maléfico deus Set, cujos olhos e cabelo eram pintados a vermelho, bem como ao deserto, local que os Egípcios evitavam. Era em vermelho que se pintava a pele dos homens.
§                    Amarelo : Dado que o sol e o ouro eram amarelos, os Egípcios associaram esta cor à eternidade. As estátuas dos deuses eram feitas a ouro, assim como os objetos funerários do faraó, como as máscaras.
§                    Verde : Simboliza a regeneração e a vida; a pele do deus Osíris poderia ser também pintada a verde.
§                    Azul : Estava associado ao rio Nilo e ao céu.
   Embora seja uma arte estilizada é também uma arte de atenção ao pormenor, de detalhe realista, que tenta apresentar o aspecto mais revelador de determinada entidade, embora com restritos ângulos de visão.
    O corpo humano, especialmente o de figuras importantes, é representado utilizando dois pontos de vista, os que oferecem maior informação e favorecem a dignidade da personagem: os olhos, ombros e peito representam-se vistos de frente; a cabeça e as pernas representam-se vistos de lado. Essa maneira de representar a figura humana é denominada "Lei da Frontalidade".

A arte egípcia foi feita para durar pela eternidade.

    Os artistas egípcios não assinavam suas criações e por isso permaneceram anônimos. Uma razão para isso é que os trabalhos não eram individuais, mas executados em grupo, em oficinas coletivas, onde trabalhavam diferentes mestres: escultores, pintores, carpinteiros e mesmo embalsamadores. Nestes locais trabalhava-se em série e os trabalhos saiam em série.

O artista egípcio era visto como um indivíduo com uma tarefa divina importante. Mesmo que sendo apenas um “executor” de tarefas, o artista precisava ter um contato com o mundo divino para poder receber a sua força criadora. Sem isso não seria possível tornar visível o conteúdo espiritual da obra de arte. O próprio termo para designar este executor, s-ankh, significa “aquele que dá vida”. O artista egípcio, mesmo anônimo, era respeitado como aquele que tornava possível ver o invisível, aquele que materializava o espiritual.
O único artista, se assim o podemos chamar, de quem se conhece o nome é Imhotep, o arquiteto/médico/sumo-sacerdote/embalsamador idealizador das Pirâmides, que pelo seu feito recebeu honrarias e foi elevado à categoria de deus.

 No Egito Antigo, a escrita tinha uma grande importância no desenvolvimento de atividades de cunho sagrado e cotidiano. Em linhas gerais, os egípcios desenvolveram três sistemas de escritas diferentes entre si. A primeira e mais importante delas é a hieroglífica, que era estritamente utilizada para a impressão de mensagens em túmulos e templos. Logo em seguida, havia a escrita hierática, uma simplificação da hieroglífica, e a demótica, utilizada para escritos de menor importância.

O desenvolvimento da escrita veio seguido pela produção de uma rica produção literária capaz de abranger desde os temas cotidianos, indo até a explicação de mitos e rituais sagrados. Entre os livros de natureza religiosa e moral, destacamos o “Livro dos Mortos” e o “Texto das Pirâmides”, respectivamente. Em paralelo, também havia produções textuais mais leves e jocosas, como no caso do livro “A sátira das profissões”, escrito que critica os incômodos existentes em cada tipo de trabalho.

Para a manutenção de um vasto império como foi o Egito, a escrita acabou sendo tarefa exclusiva de uma privilegiada parcela da população. Os escribas eram os únicos que dominavam a leitura e a escrita dos hieróglifos. Sua formação acontecia em uma escola palaciana onde os mais bem preparados obtinham cargos de fundamental importância para o Estado. Entre outras funções, um escriba poderia contabilizar os impostos, contar os servos do reino, fiscalizar as ações públicas e avaliar o valor das propriedades.

Em troca dos serviços prestados, um escriba recebia diferentes tipos de compensação material. É importante lembrar que o dinheiro ainda não havia sido inventado naquela época e, com isso, o trabalho de um escriba acabava sendo pago por meio de vários alimentos, como frutas, pão, trigo, carne, gordura, sal ou a prestação de um outro serviço em troca. Formando uma classe intermediária, os escribas tinham posição de destaque junto ao Estado e o restante da sociedade. 
Quando Napoleão invadiu o Egito levou vários objetos para a França, entre eles uma lápide que ficou conhecida como “Pedra de Roseta” (por ter sido encontrada em Roseta). Na Pedra de Roseta foram encontradas inscrições em grego, hieroglífico e demótico. Somente em 1821, graças aos esforços do jovem pesquisador Jean François Champollion, a palavra “Ptolomeu” foi por ele traduzida desse documento escrito. A partir daquela pequena descoberta, foi possível realizar a leitura de uma variedade de outros documentos que explicam importantes traços desta civilização.
Escrita: extraído do artigo de Rainer Sousa, Graduado em História, equipe Brasil Escola






        

Nenhum comentário:

Postar um comentário